terça-feira, 7 de agosto de 2012

Entrevista com o Craque Beto.

Joubert Araújo Martins ou simplesmente Beto. Conhecido pela irreverência, simplicidade e boa pontaria, o ex-jogador dos quatro grandes do Rio de Janeiro e da Seleção Brasileira recebeu nos recebeu para um bate-papo aberto e descontraído em sua residência, no Recreio dos Bandeirantes/RJ.

Beto e Bruno Velasco após a entrevista.
Humilde, simpático e sempre com um sorriso, Beto lembrou os tempos em que jogava bola e não ganhava nenhum centavo. Foi desta forma que encontrou o Botafogo. Enfrentou os cariocas e o técnico alvinegro quis contratá-lo Acabou trocado por 50 pares de chuteiras que decidiriam sua sorte de maneira ímpar.

Assim que chegou ao Glorioso, foi Campeão Brasileiro num time recheado de craques como Túlio, Donizetti e Sérgio Manoel. Com atuações que renderam destaque, Beto foi convocado para a Seleção Brasileira. Em 1996, chegou a disputar o Pré-Olímpico marcando gol salvador diante da Argentina. Contudo, não foi relacionado para os Jogos Olímpicos devido a uma contusão. Defendeu o selecionado na Copa América, em 1999, quando o Brasil foi Campeão.

Ainda no que diz respeito à Seleção, Beto teve chances de disputar a Copa de 1998, contudo ficou na lista de suplentes e mesmo com o corte de Romário não foi convocado. Viu Emerson ser chamado e o Brasil perder a final para a França. Em 2002, mais uma vez o sonho foi desfeito. Com o corte do mesmo Emerson, viu Ricardinho – então no Corinthians – alcançar o posto pretendido, sagrando-se Pentacampeão com a Seleção de Luiz Felipe Scollari.

Quanto ao time de coração, não esconde o carinho pelo Botafogo que o projetou para o cenário Nacional e Internacional, mas se diz abertamente Rubro-Negro: “ –  Sou Flamengo desde criança”.

Após passagem pelo Napoli/ITA, entre 1996/97, onde foi recebido com status de ídolo, Beto desembarcou no Sul do país onde defendeu o Grêmio antes de seguir para o Flamengo. Lá, entre 98-2002, com breve passagem no São Paulo FC em 2000, realizou o desejo de jogar pelo clube de coração.

Das memórias mais marcantes estão os gols épicos de Petkovic contra Vasco e São Paulo. Sorridente, revelou que na final de 2001 Petkovic havia sido afastado. Mas os jogadores se reuniram com Zagallo solicitando que reconsiderasse a decisão. Sorte do Flamengo que conseguiu se sagrar campeão justamente pelos pés de Pet.

Em 2002, defendeu o Fluminense no Brasileirão a pedido de Romário. Contudo por este clube não conseguiu ser campeão. Em 2003, chegou ao Vasco e conquistou o Carioca daquele ano. Chegou a retornar em 2008, mas encerrou sua segunda passagem sem título.

Dos episódios marcantes, relembra com alegria quando estava no vestiário do Vasco, de boné [o que era proibido], e Eurico Miranda [ex-predidente do Vascaíno] o questionou se estaria sol dentro vestiário. Do apelido que recebeu de ‘Beto Cachaça’, diz que não condiz com a verdade:  “ - Bebo apenas cerveja”.  

A pichação dos muros da Gávea com estes dizeres foi atribuída à torcida vascaína em virtude do primeiro jogo ter terminado com vantagem para os mesmos. Mas o resultado foi revertido em jogo de gala de Beto e Pet, este se consagrou definitivamente com a 10 de Zico. Aliás, ressalta que fato o motivou bastante naquela segunda partida, bem como a todos os demais jogadores.

Beto é um exemplo de jogador bem sucedido. Poderia ter tido voos mais altos, mas percalços o impediram de chegar mais longe: “ –  quando se deixa de ter empresário, fica difícil”. Mesmo sem contar com a publicidade e o marketing de agentes, Beto fez bela história no futebol Brasileiro e Internacional. O ex-jogador rechaça a fama de indisciplinado. Hoje, não passa por dificuldades financeiras por saber gerir seus recursos de forma consciente.

Da vida de jogador, hoje, resta o bom investimento que fez e os acordos que – segundo ele – permitiram que Flamengo e Grêmio quitassem suas parcelas em atraso com o meia recentemente. Atualmente, defende o Flamengo no Futebol de 7. Quanto ao futuro, seu filho, que à espreita acompanhou toda entrevista, quer ser jogador. Assistindo ao DVD de uma das partidas do filho, Beto, em sorrisos, disse que o menino é bom de bola. Nesta família, bom futebol parece estar na genética.


Bruno Velasco
Camisa Alvinegra

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